Geração Distribuída: autonomia para o consumidor de energia

Geração Distribuída: autonomia para o consumidor de energia

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Há pouco mais de uma década, era impensável um consumidor produzir a sua própria energia no Brasil. Contudo, hoje, mais de 3,5 milhões de consumidores têm autonomia sobre a energia que consomem.  

Considerando que se trata de um mercado relativamente novo, é compreensível que muitas pessoas ainda tenham dúvidas sobre a Geração Distribuída.  

Este artigo se propõe a explorar como essa modalidade funciona e quais são os benefícios que ela traz. Além disso, ofereceremos uma visão geral sobre esse mercado em crescimento no país.  

Tópicos: 

  • como funciona a geração distribuída; 
  • modalidades de GD; 
  • como funciona a utilização dos créditos; 
  • como acontece a redução da conta de luz; 
  • como fica minha relação com a distribuidora; 
  • custo de instalação de um sistema solar; 
  • energia renovável; 
  • mercado de GD: uma oportunidade de negócio. 

Como funciona a Geração Distribuída? 

A Geração Distribuída implica na descentralização da produção de energia elétrica, conferindo ao consumidor o papel de protagonista em sua própria geração energética. Os principais benefícios incluem a redução da conta de luz, a diminuição da dependência em relação à distribuidora local e a mitigação das emissões de carbono na atmosfera 

O processo é, em teoria, simples. O consumidor contrata uma empresa especializada em Geração Distribuída, seleciona a tecnologia de geração e procede à instalação dos equipamentos em sua residência, empresa ou propriedade rural.  

Os consumidores têm à disposição uma variedade de fontes energéticas para escolher, incluindo energia solar, eólica, pequenas hidrelétricas, gás natural, biogás e termelétricas a biomassa.  

Devido à sua versatilidade e custo, a energia solar fotovoltaica é a mais utilizada no país, representando 99% do mercado de Geração Distribuída. 

 

Modalidades de GD 

Existem quatro modelos de Geração Distribuída permitidos pela legislação. Vamos explorar cada um deles. 

Junto à carga 

Este é o modelo mais popular no Brasil, representando 80% de todas as usinas de Geração Distribuída instaladas. Nesta modalidade, o ponto de geração e consumo estão no mesmo local. Por exemplo, o consumidor instala uma placa solar no telhado ou na fachada de sua empresa e consome a energia gerada. 

Geração remota 

Neste modelo, o consumo e a geração estão em locais distintos, sendo adequado para consumidores com mais de uma propriedade. O consumidor instala o sistema em uma unidade e compartilha os créditos para abater o consumo de outra unidade que esteja em local diferente. No entanto, é importante ressaltar que ambos os edifícios precisam estar na mesma área de concessão da distribuidora e sob o mesmo CPF/CNPJ. 

Geração compartilhada 

Nesta modalidade, uma usina de grande porte é instalada em um terreno e os créditos gerados são distribuídos para um grupo de consumidores, conhecidos como assinantes. 

Empreendimento com múltiplas unidades consumidoras 

Este modelo é útil para condomínios, onde uma usina é instalada no mesmo ponto de consumo, atendendo a mais de um consumidor, de acordo com a participação na divisão dos créditos. No entanto, este modelo é pouco utilizado no país. 

 

Como funciona a utilização dos créditos? 

Cada vez que o consumidor produz mais energia do que consome, o excedente se converte em crédito energético junto à distribuidora. Estes créditos, com validade de 60 meses, são utilizados para abater o consumo nas próximas contas de luz. 

 

Como acontece a redução da conta de luz?  

Ao produzir sua própria energia, o consumidor diminui o consumo de eletricidade fornecida pela distribuidora, o que automaticamente reduz o valor da conta de luz. Além disso, os créditos energéticos também contribuem para o abatimento da fatura. No entanto, é importante ressaltar que a fatura nunca será zerada, uma vez que há uma taxa mínima cobrada pela distribuidora pela disponibilidade da rede. 

Como fica minha relação com a distribuidora? 

Mesmo com um sistema próprio de geração, a distribuidora continua fornecendo e faturando a energia, sendo responsável pelo fornecimento de eletricidade sempre que o consumidor necessitar, por exemplo, durante a noite, quando não há sol para a geração de eletricidade 

Custo de instalação de um sistema solar? 

O preço de um sistema fotovoltaico pode variar bastante, custando desde R$ 15 mil até milhões de reais. Este valor depende da potência, complexidade do projeto e qualidade dos equipamentos. No entanto, existem diversas linhas de financiamento disponíveis para facilitar o pagamento. 

Energia renovável 

A sustentabilidade é outro ponto importante da autoprodução de energia. Muitos consumidores, preocupados com a preservação do meio ambiente, optam por consumir energia renovável devido à sua natureza limpa e baixa emissão de CO2. Desde 2012, estima-se que a energia solar tenha evitado a emissão de 45 milhões de toneladas de CO2 no Brasil. 

Mercado de GD: uma oportunidade de negócio 

O mercado de energia solar oferece diversas oportunidades para investidores e profissionais interessados em trabalhar no setor de Geração Distribuída. Atualmente, existem mais de 2,4 milhões de sistemas de Geração Distribuída instalados em fachadas, telhados e terrenos em todo o país. Entre janeiro e fevereiro de 2024, cerca de 100 mil usinas foram implantadas. 

Desde 2012, mais de R$ 189 bilhões foram investidos em energia solar no Brasil, gerando mais de 1 milhão de empregos, conforme dados da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (ABSOLAR). 

A cadeia produtiva fotovoltaica envolve a produção de células, comercialização de placas solares, inversores de energia, rastreadores fotovoltaicos, sistemas de armazenamento (baterias), cabos específicos, estruturas de fixação, entre outros. 

Diversas oportunidades de atuação estão disponíveis neste setor, incluindo fabricação de componentes, importação ou distribuição de equipamentos, desenvolvimento de projetos, financiamento, transporte e instalação de usinas, conhecido como integrador. 

Conclusão 

Neste artigo, exploramos os diferentes aspectos e benefícios da Geração Distribuída, desde suas modalidades até o impacto positivo no meio ambiente e na economia. Esperamos que as informações aqui apresentadas tenham sido esclarecedoras e inspiradoras para você considerar adotar essa tecnologia em sua residência, empresa ou empreendimento.  

Além disso, compartilhar esse conhecimento com amigos, familiares e colegas pode contribuir para disseminar a conscientização sobre a importância da Geração Distribuída e suas vantagens. Juntos, podemos promover uma transição mais rápida e eficaz para um modelo energético mais sustentável e acessível para todos.  

Portanto, convidamos você a compartilhar este artigo e continuar explorando maneiras de incorporar a Geração Distribuída em sua vida e comunidade. Juntos, podemos fazer a diferença no caminho rumo a um futuro mais verde e próspero. 

Obs.: todo os dados deste artigo foram colhidos em 7 de março de 2024.  

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