A Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) anunciou que realizará apenas um leilão de transmissão em 2025, diferentemente de anos anteriores, quando o calendário contava com dois certames. O edital do Leilão nº 4/2025 ficará em consulta pública até 19 de maio, período em que a sociedade poderá enviar sugestões e contribuições para o aprimoramento das regras. A disputa está marcada para o dia 31 de outubro, na sede da B3, em São Paulo.
Serão ofertados 11 lotes, com previsão de investimentos da ordem de R$ 7,6 bilhões. O leilão contemplará a construção e manutenção de 1.178 km de novas linhas de transmissão e seccionamentos, além de 4.400 MVA em capacidade de transformação. Também estão previstas instalações de controle automático rápido de reativos e sete compensadores síncronos.
Os empreendimentos estão distribuídos por 13 estados: Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Rondônia e São Paulo. Os prazos de conclusão das obras variam entre 42 e 60 meses, conforme a complexidade de cada projeto.
Cinco dos lotes (1b, 7, 8, 9 e 10) estão condicionados à finalização dos processos de caducidade de contratos vencidos nos leilões de 2020 e 2021, devido ao não cumprimento das obrigações por parte da empresa vencedora.
Já o lote 3 reúne projetos que foram retirados do Leilão nº 2/2024 por conta das enchentes no Rio Grande do Sul no ano passado. Nesses casos, a ANEEL realizou ajustes na localização de subestações e equipamentos para garantir maior segurança na operação futura do sistema.
Confira a composição de cada Lote:
LOTE | DESCRIÇÃO | UF(S) | PRAZO (MESES) | FUNÇÃO DO EMPREENDIMENTO |
1 | Sublote 1A: LT 345 kV Miguel Reale – Centro, C1 e C2, com 5,72 km (subterrânea) Sublote 1B: LT 345 kV Norte – Miguel Reale, C3 e C4, com 14,5 km cada (subterrânea). (Possível caducidade) | SP | 60 | Atendimento à Região Metropolitana de São Paulo – Sub-regiões Norte, Leste e Sul. |
2 | LT 500 kV Santa Luzia II – Bom Nome II, C1, CS, com 228 km. LT 230 kV Caxias II – Teresina II C1, CS, com 92 km; LT 230 kV Teresina – Teresina III C1, com 14 km (reaproveita faixa da LT 230 kV Teresina – Piripiri C1 a ser desativada); SE 230 kV Caxias II – Controle Automático Rápido de Reativos – CARR (-50/50) Mvar. | PB/PE/MA/PI | 54 | Escoamento de geração na área Leste da região Nordeste. Atendimento às regiões leste do estado do Maranhão e centro-norte do estado do Piauí. |
3 | SE 525/138 kV Erechim(2) – (6+1 Res) x 50 MVA; SE 230/69 kV Boa Vista do Buricá 2 – (6+1Res) x 33,33 MVA; Trechos de LT 230 kV entre a SE Boa Vista do Buricá 2 e a LT 230 kV Guarita – Santa Rosa C1, com 2 x 5,5 km; LT 230 kV Ivoti 2 – São Sebastião do Caí 2, com 20,4 km; LT 230 kV Caxias – São Sebastião do Caí 2 C1, com 42,6 km; SE 230/138 kV São Sebastião do Caí 2 – 2 x 150 MVA; Trechos de LT 230 kV entre a SE Ivoti 2 e a LT 230 kV Caxias – Campo Bom C1, com 1 km; Trechos de LT 230 kV entre a SE Ivoti 2 e a LT 230 kV Caxias – Campo Bom C2, com 1 km. LT 230 kV Sarandi – Maringá, C1 e C3, CD, com 18,2 km. (nova linha de transmissão na mesma faixa do C1 existentes, com maior capacidade) | PR/RS | 48 | Atendimento às cargas da região noroeste do Rio Grande do Sul e aumento de confiabilidade. Atendimento à região noroeste do Paraná. |
4 | LT 500 kV Jauru – Vilhena 2 C1, com 344,5 km; LT 230 kV Vilhena – Vilhena 2, C1 e C2, com 2,0 e 1,9 km, respectivamente; SE 500/230 kV Vilhena 2 – (3+1R) x 200 MVA e Compensação Síncrona -90/+150 Mvar. | MT/RO | 60 | Ampliação da capacidade de transmissão do subsistema Acre – Rondônia. |
5 | LT 230 kV Itapaci – Matrinchã 2, C1, com 146,6 km; LT 230 kV Matrinchã 2 – Firminópolis, C1, com 138,3 km; SE 230/138 kV Matrinchã 2 – (6+1Res) x 50 MVA | GO | 48 | Atendimento às regiões de Itapaci, Firminópolis e Matrinchã, no estado de Goiás. |
6 | Sublote 6A: SE 500 kV Nova Ponte 3 – Compensações Síncronas 2 x (-200/+300) Mvar;<br> Sublote 6B: SE 500 kV Paracatu 4 – Compensação Síncrona 1 x (-200/+300) Mvar. | MG | 42 | Aumento da capacidade do sistema de transmissão com a implantação de compensadores síncronos na área Minas Gerais. |
7 | LT 345 kV Norte – São Miguel, C1 e C2, com 8,2 km cada (subterrânea);<LT 345 kV São Miguel – Ramon, C1 e C2, com 9,2 km cada (subterrânea);SE 345/88 kV São Miguel – (9+1R) x 133,33 MVA.<br>(Possível caducidade) | SP | 60 | Atendimento à Região Metropolitana de São Paulo – Sub-regiões Norte, Leste e Sul, além da Região do ABC. |
8 | SE 230/138 kV Iguatemi 2, 2 x 150 MVA; Trechos de LT em 230 kV entre a SE Iguatemi 2 e a LT Guaíra – Dourados C1, 2 x 3,1 km.(Possível caducidade) | MS | 42 | Atendimento elétrico ao estado do Mato Grosso do Sul: Região de Naviraí. |
9 | SE 230/88 kV Dom Pedro I – (6+1 res.) x 50 MVA; Trechos de LT 230 kV entre a SE Dom Pedro I e a LT 230 kV São José dos Campos – Mogi das Cruzes, com 2 x 9,5 km.(Possível caducidade) | SP | 42 | Atendimento adequado ao sistema de DIT 88 kV da região industrial de Mairiporã, Jaguari e São José dos Campos. |
10 | SE 500/138 kV Cuiabá Norte – (3+1 res.) x 200 MVA; Trechos de LT 500 kV entre a SE Cuiabá Norte e a LT Jauru – Cuiabá C2, com 2 x 0,5 km. (Possível caducidade) | SP | 48 | Atendimento à Cuiabá, Estado do Mato Grosso |
11 | SE 500 kV Açu III – Compensações Síncronas 2 x (-200/+300) Mvar; SE 500 kV João Câmara III – Compensação Síncrona 1 x (-200/+300) Mvar. | RN | 42 | Aumento da capacidade do sistema de transmissão com a implantação de compensadores síncronos na área Rio Grande do Norte. |