Autoprodução de energia: como funciona, vale a pena investir? 

Autoprodução de energia: como funciona, vale a pena investir? 

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A autoprodução de energia tem se consolidado como uma estratégia eficiente para grandes consumidores que buscam mais segurança energética, previsibilidade financeira e, sobretudo, a redução de custos operacionais.  

Essa solução permite que empresas assumam o controle da própria geração de eletricidade, tornando-se menos vulneráveis às oscilações tarifárias do mercado. 

O autoprodutor de energia é aquele que investe na construção ou aquisição de uma usina para suprir seu próprio consumo.  Segundo a consultoria CELA (Clean Energy Latin America), 30 contratos de autoprodução foram fechados em 2024.

Esse modelo é amplamente adotado por indústrias eletrointensivas, como cimenteiras, siderúrgicas e manufaturas, que precisam de um fornecimento estável e competitivo para suas operações. 

Neste artigo, você vai entender o funcionamento da autoprodução, suas principais modalidades e os benefícios que ela pode trazer para o seu negócio. Continue a leitura! 

O que é autoprodução de energia elétrica no Mercado Livre? 

O Autoprodutor de Energia Elétrica (APE) é o consumidor que investe na geração da própria energia, seja por meio da aquisição, construção ou associação a usinas em operação.  

Esse modelo pode ser adotado por pessoas físicas, jurídicas ou empresas reunidas em consórcios, por meio de Sociedades de Propósito Específico (SPE), desde que haja concessão, autorização ou registro emitido pela Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL).  

De acordo com dados da ANEEL de janeiro de 2024, o Brasil possui 8 gigawatts (GW) de capacidade instalada em usinas classificadas como APE, sem considerar a Geração Distribuída (GD).  

Já o Balanço Energético Nacional (BEN) da Empresa de Pesquisa Energética (EPE) – ano 2024, referente ao exercício de 2023 – registrou uma geração de 157.769 GWh por usinas de autoprodução, incluindo os sistemas de GD.  

A GD também é considerada uma forma de autoprodução de energia, mas está disponível apenas para consumidores do Mercado Cativo. Enquanto a autoprodução clássica (APE) não possui limite de potência, a GD é limitada a usinas de até 5 megawatts (MW) para fontes despacháveis e 3 MW para fontes não despacháveis. 

Quais os benefícios da autoprodução de energia? 

Os altos preços de energia têm impulsionado a autoprodução no Brasil, principalmente devido à redução dos custos para construir usinas (capex), com destaque para a energia solar fotovoltaica.  

Esse modelo permite que consumidores gerem sua própria eletricidade, garantindo mais economia e previsibilidade nos gastos com energia.  

De olho nessas vantagens, grandes consumidores têm buscado entender melhor os benefícios da autoprodução de energia, como: 

  • Previsibilidade de custos: ao gerar a própria energia, o consumidor consegue prever o preço da energia por longos períodos, reduzindo a exposição à volatilidade do mercado e garantindo maior controle sobre os custos operacionais. 
  • Redução de custos: o autoprodutor conta com isenções de diversos encargos do setor elétrico (CDE, Proinfa, ESS, EER, ERCAP), tornando o custo da energia significativamente mais competitivo. 
  • Comercialização de excedente: o autoprodutor pode vender a energia excedente para outros agentes ou liquidar esse montante pelo Preço de Liquidação das Diferenças (PLD) na Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), otimizando seu investimento. 
  • Segurança do suprimento: ao produzir sua própria energia, o consumidor reduz a dependência da rede elétrica convencional, minimizando riscos de racionamento, apagões e oscilações tarifárias impostas pelo mercado regulado. 
  • Sustentabilidade: a autoprodução de energia, especialmente a partir de fontes renováveis como a solar, a eólica e hidráulica, contribui para a redução das emissões de carbono, reforçando o compromisso das empresas com práticas ESG e a transição para uma matriz energética mais limpa. 

Qual a diferença entre produtor independente e autoprodutor de energia? 

A diferença entre produtor independente e autoprodutor de energia está no objetivo da geração. 

O Produtor Independente de Energia (PIE) tem como finalidade principal a comercialização de energia para terceiros, sendo sua atividade fim a venda do insumo no mercado. 

Já o Autoprodutor de Energia (APE) gera energia para consumo próprio, podendo vender eventuais excedentes, mas sem ter a comercialização como sua atividade principal. Seu foco está na autossuficiência e na redução de custos com energia. 

Quais os tipos de autoprodução de energia? 

A autoprodução de energia pode ser realizada a partir de diferentes fontes, sendo as mais utilizadas o a energia eólica, a solar fotovoltaica, a hidráulica e a biomassa, como o bagaço de cana-de-açúcar.  

Dito isso, existem duas formas principais de autoprodução, cada uma com suas características e vantagens. Vamos conhecê-las?  

Autoprodução in situ (contígua): É a modalidade mais comum, na qual a geração e o consumo de energia acontecem no mesmo local. Por estar fisicamente integrada ao ponto de consumo, essa modalidade não utiliza a estrutura de transmissão do Sistema Interligado Nacional (SIN), reduzindo custos com encargos e perdas na distribuição.  

Autoprodução remota: Neste caso, a usina geradora está localizada em um ponto diferente do consumo, exigindo o uso da infraestrutura de transmissão e distribuição para levar a energia até o consumidor. Essa modalidade é ideal para empresas que não possuem espaço físico disponível para a instalação de uma unidade geradora.  

Dentro da autoprodução remota, existem duas principais formas de contratação:  

Equiparação: é a modalidade mais utilizada, na qual o consumidor se torna acionista, com direito a voto, de um empreendimento de geração de energia. Para aderir, é necessário atender a uma demanda mínima de 3 MW por unidade consumidora. A principal vantagem desse modelo é a redução de encargos setoriais, tornando a energia mais competitiva.  

Arrendamento: em crescimento, essa modalidade permite que o consumidor alugue os ativos de geração, sem necessidade de participação societária.  

Assim, o consumidor tem direito a uma parcela da energia gerada sem precisar atender a um consumo mínimo. Apesar da maior incidência de impostos, há a possibilidade de isenção de ICMS sobre a energia consumida, dependendo das regras estaduais.  

Ambas as modalidades oferecem vantagens estratégicas e financeiras para grandes consumidores, permitindo maior previsibilidade e economia na gestão energética. 

Descubra se a autoprodução é a solução para sua empresa! 

Estruturar um arranjo de autoprodução de energia requer conhecimento técnico e expertise para garantir que essa seja a melhor solução para o seu negócio. O primeiro passo é migrar para o Mercado Livre de Energia e realizar um estudo de viabilidade econômica e financeira.  

Ao aderir à autoprodução, você reduz custos, garante previsibilidade no orçamento e fortalece seu suprimento energético, além de contribuir para a expansão e confiabilidade da matriz elétrica do país.  

Com 13 anos de experiência no setor elétrico, nossa equipe de consultoria está preparada para estruturar projetos de autoprodução sob medida para sua empresa. Quer saber como podemos ajudar? Preencha o formulário abaixo e fale com nossos especialistas! 

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