Nesta semana, abordaremos um tema que já foi discutido neste blog: o hidrogênio.
No dia 12 de março 2024, a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) aprovou a Chamada Estratégica de Pesquisa e Desenvolvimento e Inovação (PDI) nº 23, com o objetivo de desbravar a integração do hidrogênio (H2) no setor elétrico brasileiro.
O H2 tem se destacado como uma alternativa importante aos combustíveis fósseis, devido à sua versatilidade de aplicações em diversos setores industriais e energéticos. Esse elemento químico é considerado um vetor crucial para alcançar a tão almejada transição energética.
Embora o hidrogênio seja amplamente utilizado em indústrias como petroquímica, química, metalúrgica, entre outras, no Brasil ainda não há aplicação significativa no mercado de eletricidade.
O uso do hidrogênio possibilita o armazenamento e transporte de grandes quantidades de energia, oferecendo uma opção para equilibrar a oferta e a demanda na rede elétrica. Isso se torna fundamental para lidar com a intermitência das fontes eólica e solar, além de suavizar a curva de demanda ao longo do dia.
O H2 pode ser produzido a partir de diversas fontes energéticas, sendo as mais comuns o carvão e o gás natural. Na versão sustentável, conhecida como hidrogênio verde, utiliza-se energia elétrica proveniente de fontes renováveis.
Devido à sua natureza inovadora, a indústria do hidrogênio tem o potencial de atrair bilhões de investimentos para o Brasil e gerar milhares de empregos verdes, especialmente na região Nordeste.
É por todas essas razões (e muitas outras) que a ANEEL está incentivando o desenvolvimento do mercado de hidrogênio no país.
A Chamada de PDI Estratégico nº 23/2024 – “Hidrogênio no Contexto do Setor Elétrico” representa um grande passo para estimular tanto o setor público quanto o privado a pesquisar soluções para a integração dessa tecnologia no país. [clique para acessar o edital]
A chamada contemplará sistemas que utilizem fontes hidráulica, solar, eólica, biomassa, nuclear, geotérmica, marinha e termelétrica (desde que utilizem tecnologias de captura, armazenamento e utilização do carbono).
A modalidade “planta piloto” visa implantar usinas de produção de hidrogênio. Já a modalidade “peças e componentes” tem como objetivo o desenvolvimento ou nacionalização de tecnologias que contribuam para a eficiência energética dos processos de conversão e/ou armazenamento do hidrogênio.
Parte dos recursos investidos no desenvolvimento de “peças e componentes” e “planta piloto” será reembolsada pelo programa de P&DI da ANEEL.
Segundo a ANEEL, ao final dessa chamada estratégica, espera-se:
- Identificar os impactos da inserção do hidrogênio no Sistema Elétrico Brasileiro;
- Identificar oportunidades para produção e uso do hidrogênio;
- Identificar obstáculos para o desenvolvimento da cadeia tecnológica do hidrogênio e propor melhorias legais, normativas e regulatórias;
- Desenvolver tecnologias e soluções nacionais;
- Criar e fortalecer Redes de Inovação no Setor Elétrico;
- Criar modelos de negócios para o setor elétrico, promovendo a integração com os demais segmentos da economia e da indústria.
O hidrogênio não apenas contribuirá para a descarbonização da economia, mas também impulsionará investimentos no desenvolvimento de novas tecnologias e na expansão das linhas de transmissão e da matriz de geração. Clique aqui para acessar a documentação completa. Cronograma da Chamada nº 23