Fatura de energia elétrica – Como ler?

Fatura de energia elétrica – Como ler?

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Entender completamente todas as informações presentes em uma fatura de energia elétrica pode ser uma tarefa árdua. Quando se trata da conta de luz do Grupo A, destinada a empresas em média ou alta tensão, o desafio é ainda maior, pois essas faturas são mais detalhadas em comparação com as do Grupo B, voltada para residências ou empresas em baixa tensão. Mas como ler minha fatura de energia elétrica? 

Não se preocupe! Neste artigo, nós vamos ajudá-lo a compreender as informações mais relevantes. Nosso foco será nas contas do Grupo A, pois são essas empresas que têm a capacidade de migrar para o tão falado Mercado Livre de Energia e economizar até 35% na conta de energia. 

Embora cada distribuidora tenha o seu próprio modelo de fatura, todas precisam conter as mesmas informações. Veja no final do texto um modelo da Enel SP.  

Oportunidade para empresas no Mercado Livre de Energia 

Você sabia que a partir de janeiro de 2014 todas as empresas do Grupo A, independentemente do porte ou segmento de atuação, têm a oportunidade de migrar para o Mercado Livre de Energia?   

Essa mudança significativa foi possível graças à Portaria 50/2022 publicada pelo Ministério de Minas e Energia (MME). Anteriormente, apenas as grandes empresas com uma demanda superior a 500 quilowatts (kW) tinham essa autorização.    

A principal vantagem do Mercado Livre de Energia é a possibilidade de obter uma economia na conta de luz que pode chegar a impressionantes 35%, além de garantir uma maior previsibilidade orçamentária e garantir o consumo de energia 100% renovável. 

Leia também: Mercado Livre de Energia: saiba tudo sobre  

O poder da economia no Mercado Livre de Energia 

Ao compreender minuciosamente a sua fatura de energia elétrica, você estará habilitado a tomar decisões mais assertivas para reduzir o custo de energia da sua empresa. Aqui na Simple Energy, estamos prontos para sermos seus guias nessa jornada, com 12 anos de experiência no mercado energético.   

Estamos à disposição para esclarecer dúvidas e fornecer suporte, pois acreditamos que o conhecimento é a chave para otimizar os recursos da sua empresa. Aproveite o conteúdo e boa leitura! 

Grupos tarifários, postos tarifários e modalidades tarifárias

Para começar os nossos estudos, você precisa saber que existem dois grupos tarifários no Brasil e alguns subgrupos. Esses grupos são uma forma de organizar os consumidores a partir da tensão em que estão conectados na rede elétrica. 

Os consumidores atendidos em média e alta tensão compõem o Grupo A (acima de 2,3 kV), como indústrias, shoppings, grandes comércios, hospitais, supermercados, hotéis, entre outros.  

Além disso, existem seis subgrupos dentro do Grupo A, são eles: 

  • Subgrupo A1 – Nível de tensão de 230 kV ou mais; 
  • Subgrupo A2 – Nível de tensão de 88 a 138 kV; 
  • Subgrupo A3 – Nível de tensão de 69 kV; 
  • Subgrupo A3a – Nível de tensão de 30 a 44 kV; 
  • Subgrupo A4 – Nível de tensão de 2,3 a 25 kV;
  • Subgrupo AS para sistema subterrâneo. 

O que você precisa saber do grupo A 

  • Apenas os consumidores dessa categoria podem migrar para o Mercado Livre de Energia, podendo escolher o fornecedor, negociar preço, prazo, formas de pagamento e outras condições contratuais; 
  • São obrigados a contratar demanda de energia (mais a frente explicaremos o que isso significa quando abortamos as modalidades tarifárias); 
  • Podem escolher pela tarifa Azul ou Verde (esse assunto também será detalhado ao longo do texto); 
  • Não pagam Bandeiras Tarifárias. 

Já os consumidores do Grupo B são atendidos em baixa tensão (abaixo de 2,3 kV), formado principalmente por residências, propriedades rurais e pequenas empresas, como oficinas mecânicas, padarias, pizzarias, açougues, farmácias, entre outras. 

No Grupo B também existem quatro subgrupos dentro do Grupo, são eles: 

  • Subgrupo B1 – Residencial e residencial baixa renda; 
  • Subgrupo B2 – Rural e cooperativa de eletrificação rural; 
  • Subgrupo B3 – Demais classes; 
  • Subgrupo B4 – Iluminação pública. 

O que você precisa saber do grupo B 

  • Só podem comprar energia da distribuidora local e ficam “presos” ao preço estipulado na tarifa de energia, definida pela Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL);  
  • Não precisam contratar demanda, mas pagam pelo custo de disponibilidade (também conhecido como taxa mínima);  
  • Estão expostos ao aumento da conta de luz no caso de acionamento das Bandeiras Tarifárias; 
  • Podem optar pela Tarifa Convencional (que é a mesma tarifa ao longo de 24h) ou Tarifa Branca (que é uma tarifa mais barata fora dos horários de pico de consumo).  

Postos tarifários e suas implicações 

Os postos tarifários são uma diferenciação da tarifa a depender do horário de consumo ao longo de um dia. Eles existem como uma forma de incentivar o deslocamento do consumo no horário de pico, quando o sistema elétrico é mais exigido.  

Como o foco deste texto é no Grupo A, vamos falar sobres os Postos Tarifários Ponta e Fora de Ponta 

  • O Posto Tarifário Ponta são três horas consecutivas ao longo do dia, geralmente entre 18h e 21h, mas podem variar a depender a distribuidora. Nesses horários o consumo é mais elevado, logo a tarifa é mais cara. A tarifa ponta não é aplicada aos sábados, domingos e feriados nacionais.  
  • O Posto Tarifário Fora de Ponta são as demais horas do dia, e como o consumo é menor, a tarifa é mais barata.  

Só para conhecimento geral, existe também o Posto Tarifário Intermediário, que é entre 1h e 1h30 antes e depois do horário de pico. Mas esse posto só é aplicado para os consumidores do Grupo B com Tarifa Branca.  

O que são modalidades tarifárias?

Antes de falarmos sobre as modalidades tarifárias, precisam diferenciar o que é Consumo de Energia e Demanda de Energia. 

  • Consumo de energia é a quantidade de energia consumida em um período (R$/kWh). 
  • Demanda de energia é a potência obrigatória a ser disponibilizada pela distribuidora (R$/kW). 

Como já mencionamos, os clientes do Grupo A precisam contratar a demanda necessária para atender as suas necessidades.  

Por exemplo, vamos supor que um supermercado tenha uma necessidade máxima de 500 kW durante três meses ao longo de um ano. Mesmo que na maioria dos meses a demanda seja inferior a 500 kW, o cliente precisa contratar a demanda máxima.  

É com base nessa demanda máxima que a distribuidora vai dimensionar a infraestrutura da rede elétrica para atender a esse supermercado. Por prover essa infraestrutura, a distribuidora cobra um valor fixo mensal em reais por quilowatt-hora. 

Caso o supermercado tenha uma demanda máxima superior a 500 kW, que ultrapasse a tolerância de 5%, será cobrado uma multa equivalente a três vezes o valor da tarifa.   

Por outro lado, uma demanda muito acima da utilizada significa que o consumidor está desperdiçando dinheiro.  

Por isso, muitas vezes apenas um ajuste na demanda contratada pode contribuir para reduzir a conta de luz. 

Mas por que estamos falando de tudo isso? Agora você vai entender.  

O Grupo A tem duas modalidades tarifárias: Azul e Verde. E qual é a diferença? 

Na modalidade Azul, há tarifas diferentes para o consumo de energia (ponta e fora ponta) e demanda (ponta e fora ponta).  

Na modalidade Verde, há tarifas diferentes para o consumo (ponta e fora ponta), porém há uma única demanda. Essa tarifa, porém, só está disponível para os subgrupos A3a, A4 e AS (ou seja, tensões menores de 69 kV). 

Para entender qual modalidade tarifária se adequa ao seu perfil de consumo, recomendamos consultar um especialista.  

Veja que apenas adequando a modalidade tarifária o consumidor pode conseguir economizar na conta de luz, e tudo isso sem migrar para o Mercado Livre. Por isso é tão importante entender a fatura de energia.  

Como é composta a tarifa de energia 

A tarifa de energia é um valor definido pela ANEEL formada por custos de produção de energia (TE), de transporte de energia (TUSD) e encargos setoriais. Há também o pagamento de impostos (ICMS, PIS, COFINS, CIP), mas esses itens são adicionados apenas no cálculo final da fatura.  

Dessa forma, a tarifa de energia é dividida por duas grandes componentes: Tarifa de Energia (TE) e Tarifa do Uso do Sistema de Distribuição (TUSD).  

Leia também: TUSD e TE: Entenda a Fatura de Energia do seu Negócio 

Nas faturas do Grupo A, geralmente essas componentes (TE e TUSD) são apresentadas separadamente (mas não é regra). Já no Grupo B essas componentes sempre são apresentadas de forma conjunta.  

Nota: Quando o consumidor migra para o Mercado Livre de Energia ele é autorizado a negociar apenas a componente TE. Já a TUSD é igualmente paga por todos os consumidores, independente do ambiente de comercialização.  

Outros dados importantes da fatura do Grupo A

Na conta de luz existem algumas informações comuns, como dados cadastrais (endereço, CPF/CNPJ), dados da unidade consumidora (grupo e modalidade tarifária), data de leitura (leitura atual, anterior e previsão da próxima leitura), data de vencimento, valor a pagar, tributos, indicadores de qualidade (DEC, FEC, DIC, FIC, DMIC, DICRI), entre outros. 

Porém, no caso do Grupo A algumas informações merecem destaque, como veremos a seguir: 

Histórico de consumo 

O histórico de consumo é fundamental para entender o comportamento do cliente. Geralmente compreende um período de 12 a 13 meses.  

Esse dado é importante na hora de migrar para o Mercado Livre de Energia, pois é com base nesse histórico e nas previsões futuras de crescimento de consumo que vão se balizar as decisões de compra de energia 

Energia Ativa 

Expressa em reais por quilowatt-hora (R$/kWh), é a quantidade energia consumidora em um período, considerando o horário de ponta e fora ponta. Cada distribuidora utiliza siglas diferentes, mas podem aparecer como Consumo na Ponta (CNP), Consumo Fora de Ponta (CNF), Energia Ativa, Consumo Ativo, entre outras formas.  

Energia Reativa 

Expressa em quilovolts ampère hora (kVARh), é uma energia que não produz trabalho, portanto não é cobrada na fatura. Mas caso o Fator de Potência (FP) esteja abaixo de 0,92 é cobrado uma multa.  

O FP é a razão entre a potência ativa e a potência aparente. Varia de 0 e 1, sendo 1 o fator ideal. Quando menor esse fator, menor a eficiência. Quando ele fica abaixo de 0,92 a distribuidora cobra uma multa. Nestes casos, o consumidor paga a Energia Reativa Excedente, que pode ter a sigla ERE, UFER (Unidade para Faturamento da Energia Reativa Excedente), ENERGIA REAT EXC, ERX, etc.  

Modelo de fatura da ENEL SP 

https://www.enel.com.br/content/dam/enel-br/megamenu/para-voc%C3%AA/entenda-sua-conta/1051_BTL_alteracao_img_entenda_sua_conta_SP_PIX%20V2%20e%20V3_03.pdf 

Caso tenha restado alguma dúvida, veja o vídeo elaborado pela ANEEL que ajuda a entender a conta de luz 

Migre para o Mercado Livre com a Simple Energy 

Naturalmente você irá perceber que há muitos outros dados na fatura de energia. Porém, tentamos apresentar as principais informações que você precisa saber na hora de migrar para o Mercado Livre de Energia. Ao entender o básico dessas informações, você estará mais preparado para negociar com um fornecedor de energia e tomar melhores decisões.  

A Simple Energy tem 12 anos de atuação no mercado de energia elétrica. Estamos estruturados em unidades de negócios que atuam na assessoria e gestão de consumidores e de geradores, atendendo a mais de 500 unidades de consumo e geração. Nossos especialistas estão à disposição para oferecer todo o suporte para te ajudar nessa jornada.  

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