A hidrelétrica de Itaipu é um marco histórico e tecnológico que simboliza a cooperação entre Brasil e Paraguai. Com 14.000 megawatts (MW) de capacidade instalada, a usina fornece cerca de 8,6% da energia consumida no Brasil e impressionantes 86,3% do consumo paraguaio.
Em 2024, Itaipu produziu 67 milhões de megawatts-hora (MWh), uma redução de 20% em relação a 2023, quando foram gerados mais de 83 milhões de MWh. Essa queda foi atribuída às condições hidrológicas desfavoráveis que impactaram a geração hidrelétrica.
O recorde histórico de produção anual de energia foi registrado em 2016, quando Itaipu alcançou a marca de 103.098.366 MWh. Esse êxito foi resultado de condições climáticas favoráveis, alta eficiência operacional e forte demanda por energia nos mercados atendidos pela usina.
Curiosamente, Itaipu é a terceira maior hidrelétrica do mundo em capacidade instalada. Além disso, entrou para o Guinness World Records como a maior produtora de energia acumulada, com 3,038 bilhões de MWh gerados entre maio de 1984 e outubro de 2024. Esses marcos reforçam sua relevância no cenário energético global.
História
A ideia de construir Itaipu surgiu na década de 1960, após intensas negociações entre Brasil e Paraguai. O Tratado de Itaipu foi assinado em 26 de abril de 1973, estabelecendo as bases para o aproveitamento do potencial hidráulico do Rio Paraná, entre as cidades de Foz do Iguaçu, no Brasil, e Ciudad del Este, no sul do Paraguai. Em 17 de maio de 1974, foi criada a empresa Itaipu Binacional para construir e administrar a usina.
As primeiras máquinas geradoras chegaram ao canteiro de obras em 1974, e a primeira unidade geradora entrou em operação em maio de 1984, utilizando turbinas do tipo Francis. A construção foi concluída em 2007, com a instalação da 20ª unidade geradora.
O projeto consumiu toneladas de concreto e ferro, suficientes para construir 210 estádios do tamanho do Maracanã. Com suas 20 unidades geradoras de 700 MW cada, Itaipu possui uma potência máxima de 14.000 MW. Apenas sete dessas máquinas seriam suficientes para atender à demanda elétrica de todo o estado do Rio de Janeiro.
Os custos totais da construção, incluindo as rolagens financeiras, alcançaram US$ 27 bilhões, valor que foi totalmente quitado em fevereiro de 2023.
Uma curiosidade é que antes da construção deItaipu, na década de 1970, Foz do Iguaçu era uma cidade com cerca de 20 mil habitantes. Com o início das obras em 1974, a cidade experimentou um crescimento populacional significativo, atingindo aproximadamente 101.447 habitantes em 1984. Atualmente, de acordo com o Censo de 2022, a população de Foz do Iguaçu é de 285.415 pessoas.
Lago do Reservatório
Apesar de sua dimensão monumental, o lago de Itaipu é apenas o quarto maior do Brasil, com 1.350 km², ficando atrás dos reservatórios das usinas de Tucuruí (2.430 km²), Porto Primavera (2.250 km²) e Sobradinho (4.214 km²). Contudo, Itaipu apresenta o melhor índice de aproveitamento de águas por quilômetro quadrado.
Embora seja a líder mundial em produção de energia limpa e renovável, Itaipu ocupa a terceira posição em capacidade instalada, atrás das usinas chinesas Três Gargantas (22.400 MW) e Baihetan (16.000 MW).
A energia gerada por Itaipu é transmitida para o Sistema Interligado Nacional (SIN) brasileiro pela subestação de Foz do Iguaçu, no Paraná. A operação utiliza duas frequências: 60 Hz, para o Brasil, e 50 Hz, para o Paraguai. A energia não consumida pelo Paraguai é convertida em 60 Hz para atender ao mercado brasileiro.
Conclusão
A usina de Itaipu é um exemplo de como a integração entre nações pode gerar benefícios econômicos, sociais e ambientais. Como líder mundial na geração de energia limpa, Itaipu é fundamental para a matriz energética do Brasil e do Paraguai, contribuindo para o desenvolvimento sustentável e reforçando a importância da cooperação internacional. Que seu legado inspire soluções cada vez mais inovadoras no setor de energia.
