Diante do desafio de uma transição energética segura, os SMRs se destacam como uma solução eficaz para fortalecer a segurança do sistema elétrico e apoiar a descarbonização industrial.
Esses pequenos reatores, conhecidos pela sigla em inglês SMR (Small Modular Reactors), podem revitalizar o uso da energia nuclear em escala global. Operando em uma faixa de potência entre 10 e 300 MWe, eles são projetados para atender tanto a demandas industriais, com potências menores, quanto à produção de energia elétrica em maior escala.
Os primeiros reatores nucleares pequenos começaram a ser desenvolvidos a partir dos anos 1950 e 1960. Nessa época, os SMRs foram inicialmente projetados para uso militar e em submarinos nucleares, pois precisavam ser compactos, eficientes e seguros para operar em locais limitados.
A tecnologia SMR começou a se consolidar como alternativa de energia limpa na última década, e atualmente vários projetos ao redor do mundo estão em fases avançadas de desenvolvimento e aprovação regulatória, com alguns já em construção.
Recentemente, o Google anunciou um acordo com a startup Kairos Power para adquirir diversos SMRs, com o objetivo de expandir o uso de energia limpa em seus centros de processamento de dados. O primeiro reator deve começar a operar em 2030, seguido pela implantação de novas unidades até 2035.
Nos últimos anos, o interesse pela tecnologia nuclear foi revitalizado globalmente, especialmente após os impactos no fornecimento de energia na Europa causados pela guerra entre Rússia e Ucrânia. No entanto, a tecnologia ainda enfrenta forte resistência social devido aos riscos de vazamento de combustível nuclear.
Os SMRs surgem como uma alternativa de menor risco e alinhada à transição energética, proporcionando flexibilidade, confiabilidade e continuidade na geração de energia limpa, com a vantagem de serem modulares e versáteis.
Os reatores são construídos em fábricas, o que os torna portáteis e escaláveis. Além de gerar energia elétrica, os pequenos reatores podem ser empregados em cogeração, aquecimento, dessalinização da água, produção de vapor para uso industrial e produção de hidrogênio.
Os SMRs também se mostram financeiramente competitivos, exigindo um volume de investimento menor em comparação com usinas nucleares de grande porte. No entanto, a tecnologia ainda enfrenta desafios significativos em áreas como licenciamento, certificação, regulamentação, descarte de resíduos e transporte. A segurança, nesse contexto, é fundamental para garantir a atratividade e viabilidade do negócio.
A energia nuclear ainda tem muito a contribuir com o setor elétrico, oferecendo uma fonte confiável para equilibrar a expansão das energias renováveis e atender regiões com acesso limitado ao fornecimento de energia, bem como contribuir para o processo de descarbonização da economia.