Qual é o impacto da mobilidade elétrica na demanda de energia?

Qual é o impacto da mobilidade elétrica na demanda de energia?

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Neste breve artigo, vamos abordar um tema que está rapidamente transformando as cidades: a mobilidade elétrica.  

Os veículos elétricos (VEs) estão se tornando uma tendência global, prometendo revolucionar a maneira como nos deslocamos. Além de oferecer uma alternativa mais sustentável ao transporte tradicional, os VEs trazem consigo uma série de benefícios para a sociedade e o meio ambiente.  

No entanto, como em qualquer grande mudança, a mobilidade elétrica também apresenta desafios. Um dos principais desafios é a necessidade de investimentos em estações de recargas, na adaptação das redes de distribuição de energia para suportar as novas cargas móveis, além de questões voltadas à cadeia de suprimentos e logística reversa.  

Acompanhando este conteúdo até o fim, você vai encontrar: 

  • qual é a previsão de vendas de carros elétricos no mundo em 2024; 
  • quais são os impactos dessa tecnologia no setor elétrico; 
  • quais são os desafios da mobilidade elétrica; 
  • quais são os tipos de veículos elétricos.  

 

700 milhões de veículos elétricos até 2040 

A mobilidade elétrica é uma tendência global que promete transformar a forma como nos deslocamos, trazendo consigo uma série de benefícios para a sociedade e o meio ambiente. A urgência em descarbonizar o setor de transportes tem impulsionado diversos países a adotarem políticas de incentivo à tecnologia.  

De acordo com a Bloomberg New Energy Finance (BNEF), o número de veículos elétricos (VEs) emplacados globalmente atingiu cerca de 14 milhões em 2023, com projeções de mais 16,7 milhões para este ano. Até meados do ano passado, existiam 27 milhões de VEs no mundo, com estimativas de chegar a 700 milhões em 2040. 

No Brasil, a Associação Brasileira de Veículos Elétricos (ABVE) registrou um crescimento significativo, com quase 94 mil veículos leves elétricos emplacados no ano passado, representando um aumento de 91% em relação a 2022.  

Apesar disso, o total de VEs em circulação no nosso país ainda é relativamente baixo, com pouco mais de 220 mil unidades, em comparação com a frota total que ultrapassa os 155 milhões. A ABVE estima que mais 150 mil novos VEs serão emplacados em 2024 no Brasil.  

A adesão aos VEs é impulsionada tanto pelo desejo da sociedade por inovações tecnológicas quanto pela crescente conscientização ambiental. Os VEs, quando 100% elétricos, não emitem CO2 nem geram ruídos, contribuindo significativamente para a redução da poluição atmosférica e sonora, especialmente nas áreas urbanas.  

No entanto, o aumento na adoção de VEs levanta preocupações sobre o crescimento da demanda por eletricidade e a capacidade das redes elétricas de suportarem o carregamento de milhares de veículos. A concentração de estações de recarga em determinadas áreas urbanas pode causar pressão adicional nas redes de distribuição locais, especialmente em horários de pico de uso. 

A BNEF estima que os VEs aumentarão a demanda global de energia elétrica em 3.950 TWh até 2050, quando se espera que os carros elétricos representem 9% da necessidade mundial de eletricidade.  

Uma das principais discussões em torno da expansão dos VEs diz respeito à origem da eletricidade utilizada para carregá-los. A mobilidade elétrica é mais benéfica quando alimentada por energia limpa e renovável. Afinal, incentivar a eletrificação dos transportes não é eficaz se a matriz elétrica ainda for predominantemente composta por combustíveis fósseis, como carvão e gás natural.  

No Brasil, a matriz elétrica é majoritariamente composta por fontes renováveis, com uma participação superior a 85%, contrastando com os 26,6% da média global. 

 

Desafios da mobilidade elétrica  

A mobilidade elétrica enfrenta alguns desafios importantes, apesar do seu potencial para revolucionar o transporte e reduzir a pegada de carbono. Alguns desses desafios incluem: 

Infraestrutura de recarga insuficiente: A expansão da infraestrutura de recarga é essencial para facilitar a adoção em massa de veículos elétricos (VEs). Muitas regiões ainda têm uma quantidade limitada de estações de recarga, o que pode dificultar a vida dos proprietários de VEs, especialmente em viagens longas. 

Custo dos veículos elétricos: Embora os custos dos VEs tenham diminuído nos últimos anos, ainda são mais caros do que os veículos tradicionais movidos a combustíveis fósseis. Isso pode representar um obstáculo significativo para muitos consumidores. 

Autonomia da bateria e tempo de recarga: Embora a autonomia dos VEs tenha aumentado, ainda é uma preocupação para muitos consumidores, especialmente em áreas onde as estações de recarga são escassas. Além disso, o tempo necessário para recarregar as baterias pode ser um inconveniente para aqueles que estão acostumados com o rápido abastecimento de combustível. 

Desafios de armazenamento de energia: O aumento da demanda por VEs também apresenta desafios em termos de armazenamento de energia. Integrar eficientemente esses veículos à rede elétrica requer soluções de armazenamento de energia e gerenciamento de carga eficazes. 

Sustentabilidade da cadeia de suprimentos: Embora os VEs não emitam poluentes diretamente, a produção das baterias de íon-lítio e outros componentes pode ter um impacto significativo no meio ambiente. Garantir que toda a cadeia de suprimentos seja sustentável é fundamental para maximizar os benefícios ambientais dos VEs. 

 

Tipos de veículos elétricos 

Existem diferentes tipos de veículos eletrificados, cada um com suas características específicas.   

Veículos Elétricos a Bateria (BEVs): Esses veículos são alimentados exclusivamente por baterias e motores elétricos. Eles não possuem um motor a combustão interna e não emitem gases. Os BEVs precisam ser recarregados em estações de recarga elétrica. 

Veículos Híbridos Plug-in (PHEVs): Os PHEVs combinam um motor elétrico com um motor a combustão interna, além de uma bateria recarregável. Eles podem ser plugados para recarga em estações elétricas e podem usar combustível líquido. Os PHEVs têm uma autonomia elétrica limitada, após a qual o motor a combustão entra em funcionamento. 

Veículos Híbridos Convencionais (HEVs): Esses veículos possuem tanto um motor elétrico quanto um motor de combustão interna, mas a bateria é recarregada pelo motor a combustão e pelo sistema de frenagem. Eles não podem ser plugados para recarga externa e dependem principalmente do motor a combustão. 

Veículos com Células de Combustível de Hidrogênio (FCEVs): Esses veículos utilizam hidrogênio como combustível e geram eletricidade através de uma reação química com oxigênio no interior de uma célula de combustível. Os FCEVs são alimentados por motores elétricos e emitem apenas vapor d’água como subproduto. 

Conclusão 

A mobilidade elétrica apresenta-se como uma solução promissora para mitigar os impactos ambientais do setor de transportes, mas requer uma abordagem que inclua o aumento da capacidade de geração de eletricidade a partir de fontes renováveis e a expansão da infraestrutura de recarga de veículos. Além disso, é essencial que políticas públicas eficazes sejam implementadas para promover a transição para uma mobilidade mais sustentável. 

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