O Sistema Interligado Nacional (SIN) engloba tanto a rede de transmissão quanto os empreendimentos de geração de energia elétrica. Neste artigo, no entanto, o nosso foco está na rede de transmissão.
Essencial para o funcionamento e a segurança do setor elétrico, a rede de transmissão é composta por linhas e subestações. Essa infraestrutura complexa permite o transporte de grandes volumes de energia por todo o país, desde os pontos de geração até os pontos de consumo.
As linhas de transmissão, sustentadas por torres de aço, operam em diferentes níveis de tensão, variando de 230 kV a 800 kV. Tensões mais altas são fundamentais para reduzir as perdas elétricas durante o transporte da energia, especialmente em longas distâncias.
As subestações, por sua vez, são instalações elétricas que conectam as usinas às linhas de transmissão. Elas ajustam os níveis de tensão, elevando ou rebaixando a corrente elétrica, para garantir a compatibilidade com a capacidade de transporte.
Segundo o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), o Brasil conta com uma rede de linhas de transmissão que, em 2023, somava 171.640 km de extensão, conectando quase todos os estados do país, com exceção de Roraima. Essa rede deve se expandir para 200.000 km até 2028.
Os projetos de transmissão de energia são contratados por meio de leilões promovidos pela Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL). Nos últimos 27 anos, esses leilões viabilizaram investimentos de R$ 390 bilhões no setor. Empresas como Isa Cteep, TAESA, CEMIG, Eletrobras, State Grid Brasil, Neoenergia, Alupar e Equatorial são as principais operadoras nesse segmento no Brasil.
Em 28 de março de 2024, foi realizado o primeiro Leilão de Transmissão do ano, que contratou 69 novos empreendimentos, incluindo 6.464 km de novas linhas e 9.200 MVA em capacidade de transformação, resultando em R$ 18,2 bilhões em investimentos. O próximo leilão, agendado para 27 de setembro de 2024, licitará 784 km de novas linhas e 1.000 MVA em capacidade de transformação, além de continuar a prestação de serviços em 162,9 km de linhas e 300 MVA de transformação, com investimentos totais estimados em R$ 3,35 bilhões.
A Empresa de Pesquisa Energética (EPE) é responsável pelo planejamento das instalações de transmissão. Duas vezes por ano, a EPE publica o Programa de Expansão da Transmissão (PET) e o Plano de Expansão de Longo Prazo (PELP), que abrangem todas as obras de expansão do SIN ainda não autorizadas ou licitadas. A edição mais recente do PET/PELP (1S2024) prevê cerca de R$ 33,6 bilhões em novos investimentos até 2030, sendo R$ 19,3 bilhões destinados às linhas de transmissão e R$ 14,3 bilhões às subestações.
Conclusão…
O Sistema Interligado Nacional (SIN) é uma espinha dorsal essencial para a distribuição de energia elétrica no Brasil, garantindo que a energia gerada alcance todos os cantos do país com eficiência e segurança. O contínuo investimento em infraestrutura de transmissão, como demonstrado pelos recentes leilões e planejamentos futuros, reflete a importância de manter e expandir essa rede para atender à crescente demanda por energia e assegurar a estabilidade do setor elétrico nacional.