Entenda o que são estes encargos e o que esperar para os próximos meses
Por Brenno Fatureto
O setor elétrico brasileiro é atendido através do Sistema Interligado Nacional (SIN), onde toda a malha é conectada através das linhas de transmissão presentes em todo o país – exceto no estado de Roraima. Essa forma de operacionalização de nosso sistema permite que tenhamos ainda mais segurança na rede e, ainda, uma economia no que diz respeito aos custos de geração, pois ele proporciona o intercâmbio entre os quatros submercados do Brasil (Sudeste/Centro-Oeste, Sul, Nordeste e Norte).
Como em toda operação, algumas questões podem não sair conforme o planejado (desde 2021 esse planejamento é realizado diariamente – mudança visando a aproximação do planejado x realizado na geração de energia do Brasil) e, dessa forma, se faz necessária a cobrança de alguns encargos visando a confiabilidade e estabilidade do SIN além de remunerar os agentes de geração que tiveram custos incorridos devido a essas inconformidades.
O ESS (Encargo de Serviços do Sistema) é o principal encargo, destinado à cobertura dos custos dos serviços do sistema, incluindo os custos dos serviços ancilares (todos aqueles que garantem o funcionamento adequado do sistema elétrico), os custos decorrentes da geração despachada fora da ordem de mérito (acionamento das usinas térmicas para suprir a demanda de energia), entre outros. Ou seja, são os custos que na operação inicial do sistema não estavam previstos, mas que devem ser remunerados para garantir a segurança do abastecimento.
Esses custos decorrem de dois grandes fatores: razões elétricas e razões energéticas. O primeiro é relacionado a problemas físicos, enquanto o segundo está ligado à falta de insumos para geração, como os baixos níveis de reservatórios (problema que estamos vivenciando desde o final do ano passado).
Como foi possível observar no último aporte de garantias financeiras referente ao mês de setembro (divulgado no dia 19/10 pela CCEE), o custo de encargos setoriais está em patamares muito elevados para os consumidores, principalmente devido ao despacho térmico por segurança energética, que vem ocorrendo desde o final do ano passado, como é possível analisar no gráfico abaixo.
Ao analisar o montante total de encargos pagos pelos consumidores desde janeiro de 2021, é possível observar um alto custo e um aumento superior a 100% entre os meses de agosto e setembro, motivo pelo qual o último aporte foi tão alto, como mostra o gráfico a seguir.
A expectativa é que os valores do Preço de Liquidação das Diferenças (PLD) caiam nos próximos meses, derrubando a remuneração das usinas térmicas. Aliado a isso, espera-se um aumento nos custos de manutenção da operacionalização do sistema elétrico, visando superar a crise hídrica atual.
A soma desses fatores faz com que os encargos sofram um aumento ainda maior nos últimos 3 meses deste ano. Abaixo segue uma expectativa para o mês de outubro além de uma projeção ainda preliminar para os meses de novembro e dezembro.
Para que você não seja surpreendido com os altos custos de encargos, é importante uma gestão de energia bastante ativa, indicando tais variações e projetando os custos para os próximos meses.
A Simple realiza esse trabalho mensalmente para os seus clientes e está sempre atenta as mudanças do setor para que possamos oferecer uma previsibilidade de custos ainda maior para os nossos parceiros. Para ver como é esse trabalho, acesse a SIM Consumo, o nosso serviço de gestão de energia para Consumidores. Se preferir, fale com o nosso consultor!
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