As diferenças de custos entre as concessionárias de energia são um dos principais desafios enfrentados na gestão de energia. Compreender os fatores que causam essas disparidades é essencial para uma análise mais aprofundada do setor.
Neste artigo, convidamos você a explorar as razões que fazem algumas delas apresentarem custos mais elevados e o que influencia essa variação. Confira:
- como é calculado o valor final das tarifas de energia elétrica;
- como é feita a contratação de energia no Ambiente de Contratação Regulado (ACR);
- como economizar na compra de energia elétrica.
O que causa a diferença de custos entre as concessionárias de energia elétrica?
As concessionárias de energia elétrica atuam no chamado mercado cativo de energia, também conhecido como Ambiente de Contratação Regulado (ACR). Nesse contexto, a formação do preço é influenciada pelos seguintes fatores:
Cálculo das tarifas de energia
Basicamente, o valor das tarifas que chegam aos consumidores finais é formado por dois componentes: Tarifa de Energia (TE) e Tarifa de Uso do Sistema de Distribuição (TUSD). No ACR, elas são cobradas juntas em uma única fatura.
A estrutura dessas tarifas contém os seguintes componentes:
Custos não gerenciáveis
Os custos não gerenciáveis, também chamados de Parcela A, são aqueles que não estão sob a esfera de controle da distribuidora. Eles são repassados diretamente para as tarifas segundo regras estabelecidas pelo regulador e incluem as seguintes rubricas:
- custo da compra de energia, que é definido pela Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL);
- pagamento dos serviços de transmissão, cujo custo é definido nos Contratos de Uso do Sistema de Transmissão (CUST);
- encargos setoriais, como a CCC (Conta de Consumo de Combustíveis, que subsidia a energia de sistemas isolados do norte do país) e a CDE (Conta de Desenvolvimento Energético, fundo setorial que financia diversas políticas públicas).
Custos gerenciáveis
Os custos gerenciáveis, também conhecidos como Parcela B, são aqueles sobre os quais a distribuidora tem poder discricionário. Eles estão divididos em duas categorias:
- Custos operacionais, que correspondem aos gastos com força de trabalho; compra de materiais; serviços de terceiros, gestão da rede elétrica e O&M (Organização e Manutenção);
- Remuneração dos investimentos da distribuidora na expansão e no reforço da rede, os quais são acompanhados pelo regulador e depreciados de acordo com a vida útil de equipamentos e instalações.
Como o processo de manutenção em algumas redes é mais complexo do que em outras, os custos operacionais são distintos.
Contudo, ao contrário do que acontece com os custos não gerenciáveis, a ANEEL não permite seu repasse automático para as tarifas – somente são repassados aqueles que o regulador considera eficientes. Esse é um dos motivos para a diferença de custos entre concessionárias.
Leilões de energia
A compra de energia no ACR é feita por meio de leilões organizados pelo Ministério de Minas e Energia (MME) e pela ANEEL. O governo atua como comprador único em nome das distribuidoras, preservando para si a capacidade de influir sobre a contratação de energia (tipo de fonte, data de entrega e, principalmente, custo da energia).
Cabe às concessionárias declarar previamente suas necessidades de energia e firmar os contratos que resultam dos leilões.
Como os preços de energia variam de leilão para leilão, o mix de energia de cada distribuidora é diverso. Isso também faz com que haja diferença de custos entre as concessionárias.
Como economizar na compra de energia elétrica?
Interessadas em economizar na compra de energia elétrica, muitas empresas buscam o mercado livre de energia, também conhecido como Ambiente de Contratação Livre (ACL).
Trata-se de um modelo de compra de energia elétrica em que os consumidores podem escolher seu fornecedor e negociar melhores condições para os contratos. Por isso, os custos no ACL são mais baixos do que no ACR.
Você pode saber mais no nosso artigo sobre as diferenças entre o mercado livre de energia e o mercado regulado.