Descubra por que o consumo de energia é um indicador vital para o país

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O consumo de energia não é apenas um balanço energético divulgado todo mês, mas também um termômetro da economia do país. A lógica é a seguinte: se o consumo de eletricidade está crescendo, é bem provável que a atividade econômica esteja aquecida.

Continue a leitura para contextualizar melhor esse tema. Você encontrará:

  • quais são os dados monitorados;
  • quais são os órgãos divulgam os dados sobre o consumo de energia;
  • qual foi o crescimento da demanda de energia do Brasil em 2023;
  • quais fatores levaram ao aumento do consumo de eletricidade em 2023;
  • influência nos preços e na tarifa de energia;
  • por que os dados de consumo de energia são importantes.

 

Quais são os dados monitorados?

Geralmente, são monitorados os dados sobre o consumo de energia do Sistema Interligado Nacional (SIN) e dos Sistemas Isolados, estabelecendo uma divisão entre o desempenho do Mercado Cativo e do Mercado Livre. 

Atualmente, o Mercado Cativo representa cerca de 63% do consumo nacional, enquanto o Livre representa 37% 

No Mercado Livre de Energia estão os grandes consumidores de energia, setores como metalúrgico, extração mineral, alimentício, papel e celulose, químico, têxtil, automotivo, material plástico, entre outros. 

Já no Mercado Cativo estão as residências, pequenas e médias empresas, setor público, comercial e rural. 

Nos Sistemas Isolados estão as comunidades que não estão conectadas ao SIN, portanto, dependem de geração termelétrica para terem acesso à energia elétrica. 

Para saber mais, fale com nossos especialistas!

 

Quais são os órgãos que divulgam dados sobre o consumo de energia? 

Ao menos três instituições do setor elétrico divulgam estatísticas oficiais sobre o consumo de energia do país, são elas: a Empresa de Pesquisa Energética (EPE) e o Operador Nacional do Sistema (ONS); e a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE). 

A EPE trabalha com dados fornecidos pelos agentes para planejar o consumo futuro do país. O ONS mede a carga total do SIN, somando o consumo com as perdas elétricas*. Já a CCEE, por ter acesso aos pontos de medição, realiza a contabilização líquida do consumo do Brasil.  Vale lembrar que cada órgão utiliza métricas diferentes, portanto, os dados sobre o consumo costumam divergir, mas não significa que estão errados. 

As entidades podem optar por unidades de medida de energia em grandezas diversas. A EPE tem preferência pelo gigawatts-hora (GWh), enquanto as outras entidades optam pelo megawatt-médio (MWmed). 

*Nota: As perdas podem ser técnicas (efeito jaule: perda elétrica devido ao processo de aquecimento dos condutores) ou não-técnicas (geralmente por furto de energia e erros de medição). 

 

Qual foi o crescimento da demanda de energia do Brasil em 2023? 

A EPE informou que o consumo de eletricidade do país foi de 531.013 GWh em 2023, alta de 4,2% quando comprado com 2022. No mercado regulado, o desempenho foi de avanço de 8,6%, e no Mercado Livre a alta chegou a 10%.  

O ONS apontou que a carga no Sistema Interligado Nacional (SIN) cresceu 5,1% em 2023, para 74.865 MWmed. O órgão não deferência Mercado Cativo e Livre.  

Considerando os dados da CCEE, o consumo nacional de eletricidade em 2023 somou 69.363 MWmed, alta de 3,7% em comparação com 2022. No mercado regulado, a alta foi de 2,5%, e o Mercado Livre avançou 5,9%. 

No início do ano passado, a previsão das três entidades (CCEE, ONS e EPE) era que a carga de energia (consumo mais perdas) cresceria 3,5% em 2023 em relação a 2022.  

A estimativa considerava um Produto Interno Bruto (PIB) variando em 2,3% neste ano. Entretando, as estimativas de diversas instituições apontam para um crescimento do PIB entre 2,5% e 3% em 2023. Os dados oficiais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) serão divulgados em 1º de março de 2024.   

 

Quais fatores levaram ao aumento do consumo de eletricidade em 2023?

Você deve ter sentido na pele o calor no ano passado. Pois esse é um dos motivos para o aumento do consumo de eletricidade. 2023 foi o ano mais quente da série histórica do planeta, segundo a Organização Meteorológica Mundial (OMN). No Brasil, a média das temperaturas ficou em 24,92 ºC, ou seja, 0,69ºC acima da média.  

Com o forte calor, residências e comércios aumentam o uso de equipamentos de refrigeração, como ar-condicionado e ventiladores. Mas não foi só isso que levou à elevação do consumo de energia.  

A economia brasileira também apresentou um bom desempenho, materializado no crescimento do PIB. Setores como metalúrgico, extração mineral, alimentícios, borracha e plástico, químico, papel e celulose, têxtil e automotivo, considerados eletrointensivos, apresentaram alta no consumo.  

Houve também o aumento nas exportações de minérios, carne bovina, açúcares e soja. Em 2023, o Brasil exportou US$ 28,83 bilhões e importou US$ 19,47 bilhões, saldo positivo de US$ 9,36 bilhões. 

Por fim, houve melhoras nas vendas de setores de equipamentos e material para escritório, informática e comunicação; tecidos, vestuário e calçados; móveis e eletrodomésticos; hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo e artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, perfumaria, veículos e motos, partes e peças e material de construção. 

 

Influência nos preços de energia 

O consumo de energia também influência no preço e na tarifa de energia, tanto no Mercado Livre como no Mercado Cativo.  

O preço da energia sobe se a demanda estiver alta e a oferta de energia barata estiver escassa. Por exemplo, em 2021 o Brasil passou por uma grande crise hídrica. O preço da energia disparou no Mercado Livre.  

No Mercado Cativo, a alta nos preços é sentida nos reajustes tarifários das distribuidoras e no acionamento das bandeiras tarifárias.  

Como o Brasil é majoritariamente atendido por hidrelétricas, sempre que falta chuva é preciso acionar usinas com custos mais elevados, como as termelétricas.  

Quer saber mais sobre preços de energia? Entre em contato!

 

Por que os dados de consumo de energia são importantes?  

Entender o padrão de consumo é de suma importância para os órgãos de planejamento do setor elétrico, como a Empresa de Pesquisa Energética (EPE) e o Operador Nacional do Sistema (ONS). São esses dados que embasam as projeções para identificar a necessidade de reforçar a infraestrutura da rede, contratar novas capacidades de geração ou planejar o acionamento de usinas termelétricas para suprir a demanda diária.  

Além disso, o consumo de energia elétrica é um reflexo do comportamento da sociedade. A análise desses padrões permite antecipar quais setores demandarão mais energia, possibilitando um planejamento eficaz para atender a essas demandas crescentes.  

Em síntese, compreender e monitorar o consumo de energia não apenas contribui para garantir a estabilidade do fornecimento elétrico, mas também permite uma visão proativa das necessidades futuras da sociedade, orientando decisões estratégicas e investimentos no setor energético. 

Conclusão 

O consumo de energia desempenha um papel crucial como indicador do desenvolvimento econômico e das tendências sociais de um país. Ao analisarmos os dados e os fatores que influenciam o consumo de eletricidade no Brasil em 2023, fica evidente a interconexão entre aspectos climáticos, econômicos e industriais 

O aumento do consumo de energia, impulsionado pelo calor recorde e pelo crescimento econômico, reflete não apenas a demanda por eletricidade para o uso doméstico, mas também o vigor de setores industriais e comerciais. Além disso, o desempenho positivo das exportações e o aquecimento de diversos segmentos do mercado contribuíram para esse cenário.  

É importante destacar que a vigilância e análise contínuas do consumo de energia são essenciais para orientar políticas públicas, planejamento energético e investimentos em infraestrutura. Compreender as nuances desse indicador não apenas permite antecipar demandas futuras, mas também promove a eficiência energética e a sustentabilidade ambiental.  

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